A icterícia neonatal pode ser fisiológica ou patológica e é causada pelo
acúmulo de bilirrubina, que faz com que a pele e as mucosas fiquem com um a cor
amarelada. A icterícia fisiológica, como o próprio nome diz, faz parte do
funcionamento normal do organismo do recém-nascido, que ainda não é maduro o
suficiente para metabolizar e excretar a bilirrubina. Cerca de 90% dos bebês
prematuros, e 50% dos que nascem aos nove meses, apresentam a icterícia
fisiológica. Em geral, a doença é considerada patológica quando aparece nas
primeiras 24h, ou depois do décimo dia de vida, e persiste por mais de dez dias
com nível de bilirrubina superior ao considerado na icterícia fisiológica.
Só quando os níveis de bilirrubina estão muito altos, é necessário fazer o
tratamento indicado pelo pediatra. Por isso, é extremamente importante estar
atento à quantidade da substância no sangue do bebê. A bilirrubina, quando em excesso,
pode se depositar no cérebro do recém-nascido, que pode ficar com graves seqüelas,
como paralisia cerebral, disfunções auditivas, alterações nos dentes, e até
déficit intelectual", alerta. Para o tratamento, existem duas
alternativas: a fototerapia e a transfusão sanguínea de substituição. A
fototerapia é a primeira opção. Em casos graves, optamos pela transfusão
sanguínea de substituição para impedir o aumento do nível de bilirrubina.
Quando o bebê está com icterícia
fisiológica e não precisa de tratamento médico, a mãe deve prestar atenção na
amamentação do pequeno. Na recuperação, a criança tem de estar bem aleitada e
hidratada. Caso contrário, pode perder peso e, com isso, aumentar o índice de
bilirrubina no sangue. Um bebê que esteja recebendo a quantidade adequada de
líquido, troca de 3 a 6 fraldas com xixi, e de 3 a 4 fraldas com fezes em um período de 24h.
Alguns fatores aumentam a probabilidade do bebê de ter icterícia, ou da
doença evoluir para um quadro grave. Quando aparece nas primeiras 24h de vida,
há mais chances da doença evoluir. A incompatibilidade sanguínea entre a mãe e
o filho, gestações depois dos 25 anos, histórico de icterícia nos irmãos mais
velhos, diabetes na gestação, e traumas no parto que causem hematomas e
equimoses são outros fatores de risco. As etnias asiáticas também têm mais
tendência a ter icterícia.
Para prevenir a icterícia, é preciso dar atenção aos fatores de risco desde
o período pré-natal. Identificar nas mães os fatores que podem causar a
icterícia e cuidar deles são as únicas formas de evitar que a doença apareça ou
torne-se mais grave.
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